RIO — E lá se vão dez anos desde que o engenheiro Julio Zucca resolveu reprofundar com tudo no mundo da música, em seguida passar por nove empresas do mercado corporativo e fazer incursões na produção teatral. Nascia o festival Levada, em parceria com o Oi Horizonte — uma sementinha que seria definitiva na vida de muitos artistas em início de curso.
— Nossa pegada sempre foi a de dar espaço e visibilidade para artistas que estão surgindo. Alavancar as carreiras deles para que outros festivais os conheçam e os convidem. Olho para trás e tenho muito orgulho de ter iniciado esta história e conseguido mantê-la — diz Zucca, morador do Humaitá.
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Parceiro desde a primeira edição, o curador, pesquisador músico e DJ Jorge LZ conta que sua prioridade é fazer um recorte do que está acontecendo de novo na música popular brasileira, tentando fugir do hype.
— Porque tem milhões de coisas acontecendo que não estão necessariamente em evidência — explica LZ, que mora em Copacabana.
Vocalista da margem goiana Mesocarpo Gulosice, que já lançou quatro discos, tocou no festival Lollapalooza e fez turnê pela Europa, Salma Jô conta que o Levada é muito privativo para o grupo:
— Foi no Levada que tocamos pela primeira vez fora de Goiânia, em 2013. A oportunidade que o LZ nos deu foi superimportante para a curso da filarmónica, para o primícias da história.
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Além de perfurar espaço para artistas em formação, outro orgulho de LZ é uma coincidência de todas as edições:
— Sempre temos número maior de mulheres no line-up. Elas estão tomando o lugar que é delas de recta.
Levante ano, dos sete artistas escalados, cinco são mulheres. O festival começou no dia 25 de janeiro e termina no próximo dia 16. Ainda estão por vir os shows de Guto Brant (terça-feira), Luellem de Castro (quarta-feira) e Angélica Duarte, no dia 15, e Carolina Sá, no dia 16, todos às 20h30m. Por conta da Covid-19, eles serão sem público, transmitidos ao vivo pelo youtube.com/levadafestival.
Exposição em edital no Oi Horizonte, no Flamengo, com projeções nas paredes, reúne trechos de shows e entrevistas. A visitação é gratuita e deve ser agendada no site oifuturo.org.br.
— Neste período, recebemos 133 atrações e fizemos mais de 230 shows. Quando vi os créditos da exposição, quase chorei. É muito bom ver que trouxemos para o público carioca gente de todos os cantos do Brasil, e fizemos diferença na curso de tantos artistas — finaliza Zucca.
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